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Mapeando Cuba - Revolução Cubana

18:51:00Unknown

Bom, este é o último post da série "Mapeando Cuba" e, para fechar com chave de ouro, falarei sobre o possível assunto mais famoso de Cuba, a Revolução Cubana!
Particularmente falando, a revolução cubana me prende de um modo inexplicável, inclusive no momento, estou lendo um livro sobre ela, "Diário de um combatente", que nada mais é que o diário que Che Guevara escreveu, eu recomendo.
Agora, deixemos de "blá blá blá" e vamos direto a revolução...

A Revolução Cubana

Estando a pouco mais de 100km de distância de Miami, o território cubano se tornou o quintal dos ricos e emergentes que passavam em Cuba seus finais de semana. O que era ilegal nos Estados Unidos, era amplamente praticado em Cuba. Um lugar onde os yankees gastavam seus dólares com sexo, drogas e jogatina, a noite se enchia de prostitutas, malandros e vagabundos: claro, todos eles cubanos.
Até então Cuba esteve nas mãos de diversos dirigentes. Sempre sob o olhar e a mão firme da metrópole que defendia seus lucros e favorecia apenas a minoria burguesa, (onde a maioria era norte-americana com alguns poucos cubanos). Até que Fulgêncio Batista em 10 de março de 1952 tomou o poder através de um golpe assistido e apoiado pelos norte-americanos.
Paralelamente a isso, ocorreram diversas greves e revoltas. Sempre partindo do proletariado que se unia e do movimento estudantil que ganhava força. As primeiras ações sentidas foram os ataques e tentativas de tomada dos quartéis de Moncada e de Carlos Manuel de Céspedes, em 26 de Julho de 1953. A ação conjunta fracassou, resultando na morte de vários combatentes, em sua maioria jovens estudantes e a prisão de outros tantos. Entre os presos estava Fidel Alejandro Castro Ruz, recém-formado advogado pela Universidade de Havana.


Outros movimentos de revolta também tentaram ataques isolados, tendo todos fracassado. Enquanto isso Fidel Castro é liberto e exilado no México. E foi lá então, que reuniram-se condições, convergiram fatores, para que se pensasse em uma verdadeira guerrilha. Fidel tinha em torno de si uma grande rede de contatos que o apoiariam; foi com esse objetivo então, que em 1954, funda o Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7). Baseado no México, articula ações e conta com casas de apoio e representantes, principalmente em Cuba, Guatemala e Estados Unidos.
Vivendo na clandestinidade, o M-26-7 tem grandes planos, mas tem maiores ainda dificuldades. Conciliar egos e pensamentos diferentes, manter o movimento coeso e unificado, treinar combatentes, angariar recursos e pessoal, evitar espiões e traidores. Num processo lento o plano é traçado: Penetrar com um foco guerrilheiro através das florestas ao sudoeste da ilha, aos pés da Sierra Maestra e espalhar a revolução, contando com a adesão popular e dos camponeses que vivem miseravelmente ali.
Antes do amanhecer, em 2 de dezembro de 1956 o iate Granma, vindo do México, atraca (ou encalha), no litoral sudeste da ilha, transportando 82 combatentes. A viagem que durou 7 dias, 2 a mais que o planejado, fora desastrosa e cheia de incidentes.
Depois que o iate Granma de 12 metros com 82 homens, armas, mantimentos e medicamentos encalha, um tanto afastado da praia, o pessoal é obrigado a praticamente nadar já com o sol raiando e saraivadas de tiros de uma lancha da patrulha costeira cubana. O resultado foi um grande prejuízo de armas, munições e principalmente de pessoal. Do total, apenas 22 restaram para o foco insurrecional.


Re-começando praticamente do zero, o grupo precisa garantir a sua sobrevivência e reestruturação. Em território desconhecido, contavam com os camponeses que os guiassem pela floresta e muitas vezes para alimentá-los. Em contra-partida o governo retaliava, geralmente com a vida, quem fosse “pego” ajudando os rebeldes. “Pego”, por que na verdade para Fulgêncio, o motivo pouco importava. O importante era difundir a mensagem de que os rebeldes eram os bandidos e que não se envolvessem com eles; então era comum que acusassem o vizinho por vinganças particulares, como questões de dívida e assuntos pessoais.
Por fora, os contatos do M-26-7 corriam para recrutar novo pessoal, armas e dinheiro. Comunicando-se através de rádio, conhecida como Rádio Bemba (Sistema de Rádio Rural), Fidel assinava contratos, redigia artigos e planejava táticas.
Na capital o governo alardeava que suas tropas haviam sufocado o movimento, porém o que acontecia era justamente o contrário: tendo consciência de que ainda eram muito fracos, os revolucionários se ocupavam em manter-se sempre em movimento, criando emboscadas e evitando o inimigo.
Nas batalhas as colunas rebeldes sempre eram em número bastante inferior ao das tropas do exército, porém com a tática do “bate e corre”, conseguiam infligir certos danos e algumas vitórias parciais.
Passando fome muitíssimas vezes, a tensão e o cansaço fatigavam os combatentes. Sempre vivendo no limite, sem ter para amanhã, de tempos em tempos abria-se uma permissão para àqueles que não suportando mais iriam desertar. Fora dessas concessões quem desertasse era morto, pois sabia demais sobre o Movimento.
Conforme as colunas foram adentrando na floresta, foram também ganhando a simpatia dos guajiros, como é chamado o camponês; humilde e analfabeto, negro, mulato ou branco, pés descalços e chapéu de palha, que insatisfeitos com a maneira como viviam e esclarecidos sobre a real intenção dos combatentes, muitas vezes se juntavam a coluna ou guiavam pelos tortuosos caminhos. Grande parte dessa simpatia também se deveu ao fato de que qualquer espaço conquistado pelos rebeldes, logo era considerado Território Livre e suas terras divididas entre os camponeses. Entre eles havia também os traidores, que em troca de dinheiro, ou temendo pela própria vida ou da família, davam informações para o governo sobre posição e quantidade dos rebeldes.
As colunas, agora já maiores e melhor organizadas traziam consigo vantagens e desvantagens. Tornava-se inviável bater na casa de um camponês e pedir-lhe comida. A base guerrilheira, então instalada na Sierra Maestra funcionava como um Quartel General e muito por iniciativa de Ernesto Guevara (Che), criou-se em plena floresta um sistema rudimentar para a produção de pão e charque que alimentasse as tropas, artigos de couro para os soldados e inclusive uma pequena imprensa com um mimeógrafo antigo de onde era editados manifestos e até um jornal da floresta. Atos de insubordinação ou indisciplina, também eram frequentes e firmemente tolhidos. Algumas vezes até passíveis de crítica quanto a sua dureza, principalmente na figura de Che Guevara. Promovido a chefe de uma coluna, Che era conhecido pela sua conduta exemplar e por exigir não menos que isso de seus soldados.
Mas o que realmente incomodava ao mundo capitalista era o fato de que Che Guevara era um declarado Marxista e tinha se tornado uma voz importante ao lado de Fidel. Pode-se afirmar que o papel do médico argentino na orientação comunista do Movimento foi fundamental. Por sua vez, Fidel publicamente tentava afastar essa idéia da imprensa e do mundo por assim dizer; já bastavam os problemas que tinham sem isso.
Num período de 2 anos, as forças guerrilheiras do Movimento Revolucionário 26 de Julho lutaram contra forças desiguais, mas entre altos e baixos, conseguiam empurrar as tropas inimigas para trás de suas linhas. Politicamente a guerra também era intensa; envolvia as 2 maiores potências do mundo na época e uma pequena ilha no Caribe. Nas palavras de Fidel, “foi uma briga de Davi e Golias”.
Conforme a distância da capital diminui, os combates vão se tornando mais francos e ferozes. Na capital, Fulgêncio sabe que a hora de definir é agora. Lança mão de suas últimas forças e joga tudo. As colunas rebeldes estão fechando o certo e impondo derrota após derrota. A coluna de Che já toma a segunda cidade em importância de Cuba e marcha para a capital, assim como a coluna de Camilo Cienfuegos, personagem de vital importância para a Revolução.
A vitória se tornou evidente quando próximo a capital, os rebeldes interceptaram e tomaram um trem blindado repleto de material bélico que não chegou ao seu destino. Esse foi um importante contra-golpe que as forças revolucionárias impuseram à ditadura de Fulgêncio, que depositava nesse trem suas últimas forças realmente significativas. Já com as forças batistianas batendo em retirada e se dispersando, o M-28-7 chegou enfim, em 01/01/1959 à capital Havana para travar o último e definitivo combate. O então ex-presidente, Fulgêncio Batista já havia fugido do país na madrugada anterior, junto com a cúpula de seu governo corrupto. A burguesia e a elite das forças armadas também já deixara o país, abandonando tudo que não pudesse ser levado. Sabendo disso o povo pega em armas e em pleno cenário urbano travam-se combates isolados com as poucas forças resistentes e atiradores de elite.
As tropas rebeldes são recebidas na cidade como verdadeiros heróis. Durante os anos que a guerrilha durou, o personagem barbudo e maltrapilho que se fez dos revolucionários já era conhecido da população. Sabe-se que nesses anos a TV e a moda em Cuba valorizou a barba e os cabelos grandes, que no caso dos guerrilheiros não era uma opção. A muitas crianças deu-se o nome de Fidel e Ernesto.


Fonte: Info Escola

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