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Mapeando o Peru - A História de um Povo

10:00:00Unknown



Hoje começaremos a "mapear" um lugar do mundo que particularmente tenho muita vontade de conhecer, principalmente suas trilhas mais famosas. Estou falando do Peru!
Para quem não conhece a série "Mapeando" ela funciona da seguinte forma: É dividida em três posts, onde abrangemos a história do lugar, lugares para conhecer e as informações em geral como temperatura, câmbio e curiosidades.
Hoje falaremos um pouco da história  deste antigo império!


Primeiros Povoadores
Sabemos que os primeiros povoadores chegaram ao Peru há 20.000 anos. . A história peruana pressupõe que eles chegaram do norte, através do istmo do Panamá, em busca de novas terras. Eram caçadores e coletores, como nos mostra a arte rupestre em Toquepala (Tacna, 7600 a.C.)

Culturas Pré-incaicas
Com o desenvolvimento da agricultura, apareceram os primeiros assentamentos e culturas. As últimas pesquisas concluem que a primeira civilização no Peru começa com a Caral, considerada a mais antiga da América, com uma antiguidade média que data de 5.000 anos aproximadamente, ao passo que, no resto da América, o desenvolvimento urbano só começa 1.550 anos depois. Sua descoberta muda os esquemas que se tinham até agora sobre o surgimento das antigas civilizações no Peru. Até pouco tempo atrás, considerava-se Chavín de Huántar como um dos focos culturais mais antigos, datado, no máximo, de 1500 a.C.
Depois de Caral, a cultura andina se expandiu em diferentes zonas do Peru e deu lugar a civilizações que deixaram um grande patrimônio arqueológico e imaterial.
Cada cultura pré-incaicos teve um nível de desenvolvimento próprio; mas com elementos comuns na agricultura, alimentação, vestuário, religião, organização social e até mesmo na arte. Essa característica dos povos pré-incaicos explica-se pelo fato de que todos formam parte de um longo processo cultural que se iniciou com Caral e continuou com o Império Inca.

Os Incas
O Império Inca (1200 d.C. - 1500 d.C.) foi a civilização mais importante da América do Sul. Assentada nas zonas altas e médias do vale do rio Vilcanota, representa a culminação de todo um processo de desenvolvimento cultural milenar que teve início há mais de 5.000 anos. É considerada um Estado, alcançou uma grande organização política e um ordenamento na distribuição de suas riquezas, assim como um excelente desenvolvimento arquitetônico e agrícola.
Conhecido também como Tahuantinsuyo, teve sua origem e sua capital em Cusco, floresceu na zona andina, e seu domínio se expandiu até os atuais Colômbia, Chile e Argentina, incluindo totalmente os territórios da Bolívia e do Equador.
Sua população adorou principalmente a terra (Pachamama) e o sol (Inti), e consideravam o soberano Inca como sagrado e filho do Sol; era ele a cabeça política do Estado.
Os incas alcançaram um grande domínio do seu território e da técnica de construção de grandes cidadelas à base de pedra, em harmonia com a paisagem que as rodeia. Algumas amostras disso são Machu Picchu, o Choquequirao, o Sacsayhuamán, entre outros.
A sociedade inca não desenvolveu a escrita, e por isso não existem registros exatos nem datas de personagens, fatos ou vivências. O estudo de sua arqueologia, de suas obras, de seus desenhos, de sua arte e a interpretação dos cronistas são a principal fonte de informação sobre a sua história.

Encontro de dois mundos
A cultura Inca confrontou-se com a hispânica, ao chegarem os conquistadores espanhóis no século XVI. Em 1532, as hostes de Francisco Pizarro capturaram o Inca Atahualpa em Cajamarca, e esse fato marcou o declínio do Império Inca.
Em 1542, é criado o Vice-reinado do Peru, que dependia da coroa espanhola. O território do vice-reinado compreendia grande parte da América do Sul e se manteve por quase 200 anos sob diversas formas de controle de suas autoridades. O vice-reinado consolidou-se no século XVI com o vice-rei Francisco de Toledo, que estabeleceu as bases da economia colonial: um sistema de controle de mão de obra indígena (mita) para a mineração e a produção artesanal. A exploração das riquezas mineiras recaiu sobre os ombros dos índios peruanos colonizados, que tiveram seus direitos restringidos e sua cultura oprimida. Com as reformas do século XVIII criou-se uma grande inconformidade entre muitos setores sociais, e explodiram sucessivas rebeliões. A revolta indígena mais importante foi encabeçada por Túpac Amaru II, que começou a gerar o movimento crioulo que tornou independente a América Hispânica no século XIX.

O Nascimento do Estado Peruano
Em 1821, o Peru foi declarado país independente por dom José de San Martín, e em 1824 Simón Bolívar culminou o processo de libertação com as guerras da independência. Como república em formação, durante seus primeiros anos o Peru teve que enfrentar crises econômicas e caudilhismos militares que dificultaram a consolidação de um novo espírito nacional entre indígenas e mestiços.
Em termos econômicos, produz-se o boom do guano, do algodão e do açúcar. Em meados do século XIX põe-se fim à escravidão dos negros. Ao mesmo tempo, começaram as primeiras migrações de chineses que chegaram para trabalhar na agricultura. Posteriormente, surgiram os governos civis com Manuel Pardo. Nessa altura, o boom do guano, produto pelo qual o país havia recolhido suas principais receitas, tinha terminado, e a economia nacional entrou em uma situação de crise.
Em 1879 o país enfrentou uma guerra contra o Chile, da qual saiu derrotado. No meio da falência, ocorreu um novo apogeu de governos militares e retornaram os civis. Assim começou um período denominado a "República Aristocrática", que se baseava numa economia dominada pela elite proprietária das terras. Começou o apogeu da exploração da borracha na selva e abriu-se ainda mais a brecha entre uma elite, basicamente da capital, com o resto da população no interior do país, que vivia principalmente da agricultura.

Peru Atual
Durante a década de 70, o Peru foi governado por uma ditadura militar liderada pelo general Juan Velasco. A administração militar estatizou o petróleo e os meios de comunicação, e reformou as bases agrárias, mudando radicalmente a propriedade dos terrenos agrícolas.
Os governos democráticos retornaram na década de 80, porém o país mergulhou numa forte crise econômica, com altíssima hiperinflação. Paralelamente, ganhou mais presença o surgimento de dois movimentos terroristas que sacudiram o país com a violência, durante vinte anos.
Na década de 90, Alberto Fujimori, após um autogolpe em 1992, elaborou uma série de leis que iniciaram o fim destes grupos terroristas, e o país se reincorporou ao sistema econômico mundial, do qual tinha sido retirado na década anterior por sua decisão de não pagar sua dívida externa.
Desde o ano 2000, o Peru tem tido governos claramente democráticos, consecutivamente, com Alejandro Toledo, Alan García e, atualmente, Ollanta Humala Tasso (2011-2016). O país está em pleno desenvolvimento econômico, com índices de crescimento jamais alcançados e superando as crises das décadas passadas.

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